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terça-feira, 5 de outubro de 2010

refletindo sobre a cor

casa de Rosetta, artista plástica- via desing sponge

A cor é a alma da natureza,
a alma de todo o cosmo.
Nos tornamos parte desta alma
quando experienciamos a cor.

Rudolf Steiner

A sábia fala do Rudolf Steiner se aplica a toda a nossa vida, todos os dias e noites.
Hoje chove, é o típico dia cinza de inverno trazendo uma energia introspectiva, calma e silenciosa. Para mim isso representa a cor cinza. Eu gosto muito dos dias cinzas, acho que dão vontade de ficar em casa aconchegada, de desenhar, ler, costurar, comer, assistir algo na tv.
Esse é o lado positivo do cinza, que é um ótimo pano de fundo para atividades variadas e criadoras.
Mas também sabemos que se não está tudo bem na nossa vida, se nos sentimos sós ou temos algum problema sério,quer dizer, se falta alegria, aquele aconchego, aquele calor, os dias cinzas são muito tristes. Assim como a cor cinza numa casa quando predomina e não está acompanhada de outras cores em detalhes alegres pode levar para a depressão.
Em termos de design, se utiliza o cinza como pano de fundo para receber cores variadas. Uma parede cinza acolhe muito bem obras de arte coloridas, até mais do que as paredes brancas. O cinza assenta as cores e as imagens.

O que é o cinza - como ele é feito? - é a mistura do branco com o preto. Se usado com sensibilidade, ou seja, fazendo a mistura certa, pode chegar-se ao cinza perfeito. Partindo do branco como base se acrescenta pequena quantidade de preto. Significa que estamos dosando o branco, dosando a luz total com um pouco da sombra. E procurando assim mais equilíbrio.

O branco possui muita energia, que pode chegar a se dispersar, sem limites. Então, se entramos com um pouquinho de preto limitamos e diminuimos toda essa energia, equilibrando. Fica mais manso, acolhe, recebe.

Eu penso muito em termos de luz e sombra, gradientes, cinzas e como são fundamentais para o olhar sentir o equilíbrio. E, evidente, o nosso emocional está junto.
Exemplifiando, temos casas com exageros de branco, onde as pessoas sentem uma ansiedade absurda e não entendem o porquê.
Pior, vemos pisos brancos, que invertem toda a ordem da natureza ( chão escuro-terra, meio tons médios, a paisagem, em cima a luz, o céu) e nos colocam de cabeça para baixo! É uma experiência muito interessante, quebra as referências, quebra as idéias preconcebidas - tira o chão. É bom ser usada de um jeito consciente, de propósito.
E em uma casa nem sempre é a melhor idéia.
Refletir sobre as cores que nos cercam, nos acompanham diariamente, fazem parte da nossa vida pode ser uma forma de ajuste fino, de melhorar de condições de conforto. E primordial, mais do que outras escolhas de design, pois afeta as nossas emoções.

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